Por que deveríamos parar de usar o Word

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Dois problema com os formatos rtf e docx

Uns tempos atrás, precisei lidar com arquivos de texto grandes. Muito grandes. Para se ter uma ideia, um desses arquivos, que continha todo o Corpus Aristotelicum, tinha mais de 6 milhões de caracteres (equivalente a mais de 1 milhão de palavras) e “pesava” mais de 19 MB em formato txt. Ou seja, sem qualquer tipo de formatação e sem nenhuma imagem.

Programas como o Microsoft Word não são sequer capazes de abrir um arquivo tão grande. Nem o são programas como Open Office, Libre Office & semelhantes. Esses são programas úteis, sem dúvidas, mas padecem da mesma falha fundamental: operam apenas a partir do princípio WYSIWYG (What You See Is What You Get).

Dizendo de outro modo, são programas que gastam uma quantidade enorme de recursos — e que ocupam constantemente o usuário — com a tarefa de formatar e cuidar da aparência do texto. Isso é um problema por dois motivos:

Em primeiro lugar, a tentativa de ter-se um software capaz de fazer absolutamente tudo — desde oferecer ao usuário um local para capturar o texto até compilar o produto final — resulta em programas com alta demanda de recursos, propensos a toda sorte de problemas — sobretudo a fecharem abruptamente por algum erro fatal ou pelo esgotamento da capacidade de processamento da máquina.

Em segundo lugar, há uma demanda sendo constantemente imposta aos usuários de se ocuparem de tarefas cosméticas de formatação que estão fadadas a serem repetidas inúmeras vezes até o produto final ser alcançado. É verdade que com um pouco de treinamento no uso dos estilos e dos templates essa tarefa pode ser mitigada, mas mesmo aqueles de nós que fazem uso dessa ferramenta perdem um tempo considerável lutando contra tabelas mal posicionadas, notas de rodapé fora do lugar, espaçamento disforme, estilos mal aplicados, enfim. Quando se concerta um problema, criam-se outros dois.

A despeito de tudo isso, o poder de empresas como a Microsoft é tão grande que muitos, na academia e fora dela, não conseguem sequer conceber a possibilidade de escrever utilizando alguma ferramenta diferente do Microsoft Word. Quando muito, utiliza-se a versão gratuita de código aberto que tenta ao máximo imitar o modelo da versão paga. Optar pelo software livre é uma excelente ideia, claro, mas como espero ter deixado claro, esse não é o problema real. Não há sentido em mudar para a versão gratuita de código aberto de um modelo ruim de software.

Mas se o não com o Word, então como…?
Sugestão: escreva em Markdown.